A Freguesia de Croca, situa-se no concelho de Penafiel, é um território com raízes antigas e uma identidade profundamente ligada ao mundo rural do Vale do Sousa. Croca apresenta vestígios que indicam ocupação humana desde períodos muito recuados, revelando um passado mais complexo do que o que à primeira vista parece.
A origem do nome “Croca” não é totalmente consensual entre os estudiosos, existindo várias hipóteses que enriquecem a história local. Para alguns, o nome poderá derivar de “coroça” ou “croça”, uma capa tradicional feita de colmo, associada às práticas agrícolas antigas. Outras teorias relacionam o topónimo com instrumentos de trabalho rural ou até com referências ao açafrão. Independentemente da explicação mais correta, esta diversidade etimológica mostra a forte ligação da freguesia ao mundo agrícola e ao quotidiano das comunidades que aqui viveram ao longo dos séculos.
Um dos elementos mais marcantes do património de Croca é a Igreja Paroquial, que se destaca como centro espiritual e comunitário da freguesia. Para além desta, existem várias capelas e casas antigas que testemunham a evolução da vida local, como a Casa da Lapa, a Casa do Fundão ou a Casa da Acucanha — espaços que, ao longo do tempo, foram pontos de encontro, devoção e vida social.
Croca possui também um achado arqueológico de grande relevância: o Candil Califal de Pedrantil, uma pequena lâmpada de origem islâmica encontrada no território da freguesia. Trata-se de um dos raros vestígios muçulmanos identificados no norte de Portugal, revelando que a região esteve ligada às dinâmicas culturais e históricas da Península Ibérica medieval. Este objeto constitui hoje uma das referências mais importantes para compreender a profundidade histórica da freguesia.
A nível administrativo, Croca viveu um tempo singular no final do século XIX, quando, em 1896, foi temporariamente anexada à freguesia de Bustelo, recuperando a sua autonomia alguns meses mais tarde. Este facto ilustra as várias reorganizações administrativas realizadas neste tempo.
Entre as personalidades mais ilustres de Croca destaca-se Zeferino de Oliveira, natural da freguesia e emigrante no Brasil, que regressou como benfeitor da terra que o viu nascer. O seu contributo para a construção da escola primária e para a recuperação da capela de São João marca ainda hoje a memória da comunidade.
Atualmente, Croca mantém viva a sua identidade rural e comunitária, preservando tradições, património e uma forte ligação ao território. A freguesia combina tranquilidade, história e autenticidade, valorizando o passado com os olhos postos no futuro.
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